Com o Advento chegou dezembro. E com ele chegou o frio, a neve nas serras, as manhãs de geadas, o convite a recolhermo-nos do frio junto do calor de uma lareira.
Admiro a preparação do fogo de uma lareira. É uma oração. Preparar a lenha, dispô-la convenientemente e acender o lume. Esperar pacientemente que a chama chegue a toda a madeira para fazer fogo e acender as brasas que aquecerão a sala e o coração.
Este Domingo (Mt 3,1-12) somos conduzidos ao deserto da Judeia. Ao longe ouve-se a voz do profeta que clama: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas». Preparar o caminho do Senhor. O tempo de Advento é tempo de preparação, bem sabemos. Mas que temos nós de preparar?
O Baptista é exigente no tempo e no modo. A vinda do Emanuel é iminente. Ele virá!
A vinda do Messias exige que preparemos o nosso coração. Aquele que batizará com o fogo só pode morar em corações incendiados. «Deus é um incêndio, irmão. Ele arde e nós ardemos com Ele» (Nikos Kazantzakis).
A preparação deste caminho e a conversão que João Batista grita aos nossos ouvidos exige homens e mulheres novos a arder no Espírito. Estes dias de Advento servem também para aquecer e incendiar o coração. Seremos capazes de arder cá por dentro? Aceitamos ser batizados no Espírito Santo e no fogo?

Francisco Maria de São José
Domingo II do Advento [Ano A]
4 de dezembro de 2022