Verbos da Palavra

Levantar

Estamos já no terceiro Domingo da Quaresma, neste que é um tempo favorável, um tempo de graça e de bênção para os corações empedernidos. A Quaresma é um convite ao amor, ao amor maduro, ou seja, um amor semelhante ao de Jesus.
Na página do Evangelho que hoje nos é servida, experimentamos a tensão nas palavras e nos gestos de Jesus. Subindo ao Templo em Jerusalém, o Filho de Deus depara-se com a casa do Pai, o sinal visível da presença de Deus no meio do seu povo, totalmente desvirtuada: a casa de oração tornara-se uma casa de comércio.
Jesus expulsa os vendilhões do Templo, destruindo as suas bancas. A atitude de Jesus pode surpreender-nos; importa notar aquilo que Ele diz aos judeus: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Jesus aponta para uma nova relação com o Pai, superior a pedras ou a ornamentos. Esta nova relação será em espírito e verdade: a experiência profunda de sermos amados pelo Pai do Céu que nos adoptou como seus filhos. E é no coração que travamos esse diálogo amoroso com Deus, um trato de amizade, como diria Santa Teresa de Jesus.
Que esta peregrinação interior que traçamos ao longo da Quaresma nos ajude a descobrir nas nossas vidas esta verdade: somos filhos de Deus e o nosso coração é Templo do seu Espírito.

Francisco Maria de São José
Domingo III da Quaresma [Ano B]
3 de Março de 2024