«Garanto-vos que se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, nunca entrareis no Reino do Céu» (Mt 18, 3), disse Jesus.
Para nós ser como crianças diante do Pai, é difícil. E é difícil, pois ainda não tomamos consciência do amor que o Pai nos tem.
Levamos a nossa caminhada espiritual com medo e não com leveza e alegria. Pois custa-nos a acreditar que o nosso Pai do Céu seja brincalhão.
Mas quando Jesus nos pede para nos humilharmos, uma imagem que me veio à mente foi a de um pai com o seu filho num parque infantil com baloiços e escorregas. Eles vão para se divertirem juntos.
Decidem brincar os dois num balancé. Um em cada ponta. E o pai pede ao filho para descer, enquanto ele sobe. Assim, o pai fica na posição superior e o filho na posição inferior.
Assim somos nós diante de Deus: Ele pede para nos humilharmos, para ficarmos na posição inferior. E porquê? Porque Ele tem um truque na manga que nos fará rir de alegria. Pois é preciso que nós estejamos em baixo para que quando Ele descer, nós sejamos elevados.
O movimento a seguir a descermos, é subirmos no balancé. E assim Jesus diz: «E quem se humilha será exaltado».
É esta alegria que observamos quando rezamos e meditamos o Santo Rosário.
No primeiro mistério gozoso, vemos Nossa Senhora a dizer: «Eis a escrava do Senhor». E no segundo mistério, logo a seguir, já a vemos cantar: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador».
Que a nossa Mãe do Céu nos ensine a viver essa humildade que não entristece, mas alegra. Que não nos anula, mas potencializa. Que não nos faz ser cabisbaixos, mas confiantes. Que não nos torna opacos, mas luminosos.
E que São José nos ajude a aproximar de Deus Pai. A não ter medo d’Ele, mas amor. Para que um dia, abraçados a Deus Pai, possamos viver todo o mistério da Santíssima Trindade.

José de Barcelos