Jesus lembra-se de quem nós somos. Mas e nós, nós realmente nos lembramos de que somos filhos do Rei?
Porque razão nos esquecemos de que somos todos príncipes e princesas, cujas coroas nos aguardam no Reino de Deus? Porque nos esquecemos da nossa dignidade?
A nossa alma anda em farrapos e triste como se fosse órfã. O mundo parece tão grande e nós tão minúsculos que facilmente cedemos ao desânimo por nos sentirmos insignificantes e desinteressantes.
Somos filhos do Altíssimo. E, como tal, devemos caminhar confiantes e radiantes, na segurança de que somos amados. Isso em nada nos tornará menos humildes, pelo contrário, far-nos-á viver uma humildade alegre e refrescante. Como a criança que brinca no recreio com os seus amigos, esquecida de si e exultante de alegria e fraternidade.
Olhemos para o sorriso do Menino Jesus.
Somos filhinhos da Mamã, da Rainha do Céu. As mães gostam de ver os filhinhos bonitos, de pentear-lhes os cabelos, de apertar-lhes os casaquinhos, de limpar-lhes os sapatinhos. As mães gostam de mimar os filhos.
Mas e nós, porque temos vergonha de ser filhinhos da Mamã? Porque nos custa aceitar esse amor? Se Deus que é Deus nos acha dignos de ser amados, quem somos nós para achar o contrário?
Humildade é aceitar esse amor. É deixar-se levar por Ele como a criança que se deixa levar pelo pai e pela mãe para acordar, comer, tomar banho, vestir-se, brincar e dormir. Humildade é aceitar ser-se amado.
O mundo fará de tudo para nos fazer pensar que Deus não nos ama. Que Deus quer distância de nós. E que aos Seus olhos não passamos de uma desilusão. Oh, deixai o mundo ser mundo! Deixai-o falar para aí, como o cão que ladra!
Lembremo-nos: nós somos príncipes e princesas, caminhamos seguros e serenos, com dignidade e passo confiante. Adornados com as joias, os sapatos e as vestes com que a nossa Mãezinha nos quer vestir: a humildade, a paciência, o autoconhecimento, a ternura, a compaixão, a misericórdia, a justiça, a Fé, a Esperança e a Caridade.
A Mãezinha quer-nos levar bonitos e esbeltos, bem arranjadinhos e bem comportadinhos, mas sempre animados, ao Rei da Glória – o nosso querido Jesus.
Viva Cristo Rei!
José de Barcelos
Solenidade de Cristo Rei [Ano C]


