Lázaro jazia ao portão do homem rico. E Lázaro estava coberto de chagas.
E nós, onde é que nós estamos a jazer na nossa vida? Qual é situação da minha vida, talvez lá no passado, que eu ainda não apresentei ao Senhor para Ele curar? E que há anos tem dado frutos de morte, rancor e azedume no meu presente?
Somos seres humanos feridos. Todos nós trazemos chagas internas por vezes bem profundas. Nós engolimos e reprimimos as lágrimas. E nunca tivemos coragem de desabafar diante de Jesus no Sacrário.
Achamos que Ele não se importa? Achamos que o nosso sofrimento é demasiado pequeno para que Deus tenha compaixão?
Ainda que seja uma ferida minúscula no nosso dedo mindinho, Deus importa-se e muito. Porque tudo o que nos diz respeito, diz respeito a Deus. Ele habita dentro de nós e criou-nos por amor. Nós somos o objeto dos Seus pensamentos. Ele vive apaixonado por nós.
Muitas vezes, fomos tão mal amados, recebemos tanta indiferença e até desprezo, que projetamos essas experiências humanas em Deus. Achamos que Ele é igual. Mas isso é mentira. É uma armadilha.
Os homens e as mulheres podem até deixar-nos a jazer junto ao portão, mas Deus virá sempre em nosso socorro e amparar-nos-á nos braços do Seu amor. Lázaro terminou envolto nesse amor.
As únicas chagas que Deus não pode curar, são aquelas que não Lhe permitimos curar. Não hesitemos. Ele está à nossa espera. Chora diante do único que te pode verdadeiramente ajudar, que é o Senhor teu Deus. Dá-Lhe essa chance. Ele está ansioso por te encontrar. Só de pensar em ti, Ele sorri. O Seu Sagrado Coração transborda de amor por ti.
Que Nossa Senhora e São José nos ajudem a caminhar pelo trilho da cura interior, nos braços do seu filho Jesus, Ele que nos envolve no amor da Santíssima Trindade.
José de Barcelos
Domingo XXVI do Tempo Comum [Ano C]