Na sua primeira Epístola aos Coríntios, São Paulo escreve: «Ninguém se iluda. Se alguém de vós pensa que é sábio segundo os critérios deste mundo, torne-se louco para chegar a ser sábio; pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus» (1 Cor 3, 18-19).

De facto, se nós fazemos um mau uso da nossa inteligência natural, como é que poderemos receber do alto a sabedoria sobrenatural? Se não somos fiéis nas pequenas coisas, como poderemos sê-lo nas grandes?
Quantos de nós não ambicionam uma vida de sucesso, de fama e de riqueza? Gostaríamos de usar a nossa esperteza para lá chegar.
Mas observamos a realidade e vemos como a vida de tantas celebridades terminaram em drogas, abusos, divórcios, imoralidade, depressão e suicídio.
Trilhar um caminho de esperteza e não um caminho de Sabedoria, levar-nos-á sempre a uma felicidade momentânea, mas sempre insuficiente. Seremos escravos da aparência, do lucro e da vontade de agradar a todos. Corremos o risco de perder a nossa identidade e a nossa originalidade. Daí, talvez, a frase de São Carlo Acutis: «Todos nascemos originais, mas muitos morrem como fotocópias».

Só o caminho da Sabedoria nos dará paz, pois muitas vezes será doloroso e convidar-nos-á ao despojamento, sentir-nos-emos a ser lapidados, como uma escultura nas mãos do artista. Mas a cada dia que passa sentir-nos-emos mais leves e apaziguados. Pois somos uma obra-prima de Deus. Somos um reflexo da Sua Beleza.

Não usemos a nossa esperteza para nos esquivarmos do sofrimento, mas deixemo-nos ser ensinados pela Sabedoria que nos fará transformar cada sofrimento em oportunidade de amadurecimento.

Que Nossa Senhora e São José nos ajudem a crescer na Sabedoria do seu filho Jesus, no amor da Santíssima Trindade.

José de Barcelos
Domingo XXV do Tempo Comum [Ano C]