Maria escolheu a melhor parte. E ficou aos pés de Jesus.
Maria, no fundo, ficou ao pé de Jesus. Quer dizer, fez-se íntima e escutou-O. Para que, a cada passo que Ele desse, ela pisasse a mesma pegada.
“Meditar na Lei do Senhor dia e noite” é a vida do carmelita. É a essência do Carmelo, pois ser carmelita é estar ao pé do Senhor, observar cada movimento Seu e escutar cada palavra Sua. E isso porque estamos apaixonados por Jesus. E o amor naturalmente contempla.
Então, viveremos como Nossa Senhora que guardava tudo que Jesus fazia e dizia no seu coração. E meditava. Deixava-se ser ensinada como discípula. Permitia-se viver sob o olhar carinhoso do Senhor que se faz presente.
E assim, a Santíssima Virgem Maria estava sempre ao pé de Jesus, mesmo nos momentos em que estavam fisicamente distantes. Pois onde está o nosso tesouro, aí está o nosso coração, como ensina Jesus. E o nosso tesouro é próprio Jesus.
Então, esta Maria, tal como uma carmelita, fica ao pé do Senhor. Quer aprender Dele.
E, quem sabe, também poderá querer trazer aquilo que meditou para a sua vida prática. E querer viver o que ouviu e aprendeu, assim como transmitir o amor que recebeu.
E, se possível, poderá querer ensiná-lo.
E não foi isso que fez Santa Teresa de Jesus? Santa Teresa ficou ao pé de Jesus, aprendeu com Ele na oração e transmitiu as suas aprendizagens às monjas que a seguiram para o Carmelo Descalço.
Também nós podemos observar o exemplo desta Maria no Evangelho e o elogio que Jesus lhe faz; e questionarmo-nos internamente: mas como é que ela o conseguiu?
Tudo é Graça. Sim, tudo é Graça. É a Misericórdia de Jesus que abunda e transborda em nós, pois o Seu amor por todos é infinito e eterno.
Mas também, se essa dúvida persistir, então esta poderá ser uma boa ocasião para recomendar ao leitor/leitora as obras escritas por Santa Teresa. Uma quase Marta que aprendeu a ser Maria. E uma Maria entusiasmada que nos transmitiu o seu percurso e ensinamentos. Arrisca. Lê.
Santa Teresa que escolheu a melhor parte, a qual não lhe será tirada: a amizade de Jesus.
José de Barcelos
Domingo XVI do tempo Comum [Ano C]