Nada me consola mais que ver o caminho que os discípulos percorreram com Jesus, de aprofundamento da sua pessoa, do seu mistério. Consola-me ver homens reais e concretos, brutos e sensíveis, ambiciosos e discretos, que são marcados pelo encontro e o chamamento de uma outra pessoa, mais além deles próprios: Jesus.
No Evangelho deste Domingo (Mt 18,21-35), Jesus responde a Pedro que pergunta ao Mestre quantas vezes deve perdoar. Até sete vezes? Haverá um limite razoável para o perdão?
Jesus esclarece: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete». O perdão não é passível de ser condensado numa multiplicação ou numa equação matemática. O perdão é infinito, tal como o amor e a misericórdia de Deus.
Precisamos de fazer a experiência de sermos perdoados e amados para também nós sermos capazes de perdoar sempre, mesmo nas situações humanamente “impossíveis”.
Perdoar não é para fracos, é para valentes. Este gesto heroico é ícone do amor de Deus que nos ama infinitamente. Setenta vezes sete.

Francisco Maria de São José
Domingo XXIV do Tempo Comum [Ano A]
17 de setembro de 2023