Atribuímos muitos atributos a Deus: Pai, misericordioso, justo, clemente, enfim. Mas já teremos pensado em Deus como um patrão?
A parábola narrada por Jesus no Evangelho de hoje (Mt 20,1-16a) compara o Reino a um proprietário que tinha uma vinha e que chama trabalhadores para nela trabalharem. Chama e ajusta o salário com os da primeira hora da manhã, a meio do dia e ao final da tarde.
Deus não nos quer ver ociosos, quer-nos a todos a trabalhar nos seus campos, a construirmos com Ele o Reino. Sai para as ruas em busca daqueles que se encontram mediocremente acomodados, numa vida centrada em si mesmos ou entalados em correntes e prisões.
No final do trabalho, na hora de pagar o salário, este patrão paga o mesmo a todos os seus trabalhadores. É justo que aqueles que andaram todo o dia na faina recebam o mesmo que chegaram antes do Sol se pôr?
A justiça de Deus em nada se aproxima à nossa. Deus é surpresa. E é muito bom: «Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?».
No Reino dos Céus, não há os de primeira e os de segunda. Deus dá a volta às nossas lógicas demasiado redutoras. Assim, «os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Francisco Maria de São José
Domingo XXV do Tempo Comum [Ano A]
24 de setembro de 2023