Algo que muito me impressionou quando li as Memórias da Irmã Lúcia, foi a prontidão com que a pequena Jacinta Marto rezava e oferecia os seus sacrifícios pelo Santo Padre, o Papa.

A visão da perseguição à Igreja Católica dada por Nossa Senhora aos três pastorinhos de Fátima, impressionou tanto a Jacinta que ela passou a ser uma fervorosa intercessora da Santa Igreja, especialmente do Papa.

Essa atitude ou esse carisma, no fundo, recorda-nos Santa Teresa de Jesus que no seu Caminho de Perfeição estimula as suas irmãs monjas a fazerem o mesmo: oferecer as suas vidas e orações pela Igreja Militante, nomeadamente os sacerdotes e teólogos e missionários.

Se vemos a vocação de carmelita teresiana a ser vivida na idade madura pela Irmã Lúcia, na criança Jacinta podemos ter um vislumbre dessa vocação, que no fundo é a de todos nós batizados, pois somos uma família mundial.

E assim como os filhos devem respeito aos seus pais, assim nós fiéis devemos respeito ao Papa. Pois se ele tem a responsabilidade de ser o representante da Igreja diante das nações, deverá ser do nosso interesse defendê-lo, protegê-lo, ajudá-lo e amá-lo. Ou seja, mostrar ao mundo que somos uma família humilde e unida, que se orgulha de ser amiga e feliz por viver no amor, compreensão e tolerância.

Santa Jacinta, na sua profunda humildade de criança e através das suas experiências místicas com o Anjo e com Nossa Senhora, ensina-nos que a verdadeira devoção a Nosso Senhor e a Nossa Senhora deve vir acompanhada de gestos concretos de respeito, compreensão, ajuda e carinho pelo Papa, pelos bispos e sacerdotes, numa palavra, pelo Clero.

Nós católicos somos uma família unida pelo Espírito Santo. Dizer-se muito piedoso, mas falar mal do Papa é um péssimo testemunho, assim como é indigno ver um filho falar mal do próprio pai. Criticar o Papa diz mais sobre nós do que sobre o Papa. Pois revela o nosso coração como um lugar de desunião, presunção e falta de caridade.

Neste domingo, no qual se lê no Evangelho a primazia do apóstolo Pedro como Sumo Pontífice, peçamos a Nossa Senhora a graça de ver o Santo Padre, o Papa, com os olhos de Jesus Cristo.

Pois só com esse olhar humilde, amoroso e respeitador daremos um verdadeiro testemunho de unidade diante dos povos e nações, mostrando ao mundo que ser católico é exatamente isso, ser família.

José de Barcelos
Solenidade de São Pedro e São Paulo